Vento...
Um vento suave insinua-se, vindo do norte,
Trazendo um cálido sorriso aos lábios da menina
E um desejo de encontro, de toque, de posse,
A pulsar em suas veias e despertar seus sentidos...
O vento, curioso, envolve a menina em suas asas etéreas,
Instiga sensações a flutuar entre seus cabelos,
Arrepia a pele, acende uma chama esquecida,
Iluminando seu olhar, com um calor persistente...
E o vento toma a menina em seus braços,
Enlaça seu corpo, entrelaça-se entre seus dedos,
Faz seu íntimo arder em um desejo sem fim,
E a toma de impulso e sem prévio aviso...
E adormece o vento entre os suspiros da menina,
Acalentado ao aconchegar, saciado ao satisfazer...
Ao despertar, compreendem-se sem palavras ao cruzar de seus olhares,
E ao entoar seu verso conjunto no poema do amanhecer...
Lúcia Helena Ornellas