Sunday, 19 September 2010

Momentos

Engraçada a vida... De quando em vez me deparo com esta estranha necessidade de escrever e nem ao menos sei explicar o porquê, sei apenas que as letras e palavras entorpecem meu cérebro numa luta incansável até que eu as rearrume devidamente e deixe a tapeçaria do texto fluir.

Sou uma pensadora. Não gosto de fórmulas prontas, de imposições de informações e conhecimentos pré determinados: preciso entender para aceitar, preciso inferir minhas próprias idéias e chegar até as minhas próprias conclusões para que elas se arranjem em minha vida como verdade. Minha verdade particular e relativa, não procuro impô-la a ninguém, cada um que encontre a sua verdade e, se quiser, conviva com as minhas.

Ciência em sua forma mais pura me atrai e movimenta minha vida. Não saberia viver uma vida medíocre de conhecimentos e descobertas, mas, não me importo em estar na última moda, até porque, minha moda eu faço: é minha forma de sentir e demonstrar ao mundo meu momento.

Vir a este mundo a passeio não me agrada e procuro lembrar que a única coisa que decerto levarei comigo são os conhecimentos que adquirir, as iniciações que vencer, os amigos que conquistar e o quanto de atividade emanei à minha mente.

A consciência é difícil de enfrentar: uma vez que nos deparamos com certas verdades, nunca mais somos os mesmos e dá até saudade dos momentos em que, ingenuamente, acreditamos saber tanto, sem nada saber.

Inocência é abençoada, mas, limitadora e limitar-me é algo que não aprendi e nem quero aprender. Limitar-me é deixar de ser quem sou e isso, não faço por nada nem ninguém.

Falta tempo para aprender tudo o que minha mente e alma anseiam e os limites temporais e físicos doem muito.

Sei que poucos conseguem entender meu jeito de ser e viver. Não importa, se eu mesma conseguir me entender, já fico feliz. Todo o resto é tão relativo e passageiro... tão pequeno face à eternidade...

Aprendi a calar, entretanto, no mais das vezes, as minhas verdades. Raros as conhecem por inteiro, mais raros ainda as discutem comigo e interagem com elas.

A maior solidão que existe é não ter com quem compartilhar suas verdades, com quem dividir idéias, com quem discutir e concluir experimentos.

Sinto saudades de algo ou alguém que nem sequer sei exatamente o que é...

1 comment:

  1. Oi Lucia,

    Realmente "não ter com quem compartilhar suas verdades, com quem dividir idéias, com quem discutir e concluir experimentos."

    É como comer sorvete de baunilha e se maravilhar com a falta de sabores.
    Eu quero sabores, quero sorvete de manga, de limão, de abacaxi, de uva de pistache, de chocolate enfim quero cores e sabores!

    Sinto saudades de alguém que sei exatamente como será!
    Carlos Kurare

    “A ignorância é uma benção da qual, infelizmente, não tive a graça!” (Carlos Kurare)

    www.carloskurare.blogspot.com

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