Saturday, 12 September 2009

Beduíno

Meu guerreiro incansável, cavaleiro distante,
Errante, lutador, eterno amante,
Que passeou entre brumas e vidas
E, como disseste, me encontrou...
Esquecida, solitária, perdida...
Talvez, esperando pelo teu amor...
E, como um beduíno, vagueou,
Simplesmente passando por mim...
Deixando teu sorriso, perfume, calor...
Fazendo-me esquecer de tudo, em uma espiral sem fim...
Teus olhos e sabor a me acompanhar...
Adivinhados, sonhados, desejados,
Ou será que lembrados?
Sinto cheiro de gengibre, canela, cravo, almíscar...
E uma cálida sensação a me abraçar...
É o cheiro da tua pele ou de minhas lembranças?
Ou seria apenas o pulsar de esperanças?
Acalentadas ao longe, no lugar mais protegido,
Inatingível do meu coração...
Teu lugar...sempre foi, sempre será...
Daqui a instantes, após mil eras...ou não...
Só sei que sinto teu olhar a me velar,
Perto, longe, em minha alma ou meus braços,
Restaurando forças, ilusões, cansaços...
Iluminando sonhos, reconstruindo emoções...
Devolvendo-me a vida...o brilho esquecido...
Resgatando um elo perdido...
Apagado, soterrado entre tantos senões...
Nem acredito que exista desejo assim...
Não carnal...não mental...nem palpável...
Somente desejo de fusão...total, completa...sem fim...
Inexplicavelmente inegável, imutável...
Tão sólido como a terra, e, ao mesmo tempo, tão frágil...
Tênue como um fio de teia e , igualmente, retrátil...
Invadindo pensamentos, deixando-me insone, afogueada...
Buscando-te nos mais estranhos recessos de minhas madrugadas...
Ah, meu beduíno, por que fui te reencontrar?
Minha tristeza te chamou, atraiu tua mente...
Saiba, a ti devo o resgate do meu sonhar...
E de minha existência como mulher, simplesmente...
Siga teu caminhar...sei que nos reencontraremos
Daqui a um instante, um milênio, um pulsar...
E sei, também, que para sempre nos amaremos..

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