A lágrima rolou, insistente,
Inoportuna e inesperada
Memória viva e latente,
Da fragilidade indesejada.
Apenas uma lágrima, pequenina,
Que fugidia, escorregou,
Procurando consolar a menina,
Que o peso da dor soterrou.
Uma lágrima a romper a barreira
Talhada minuciosamente a esconder,
A delicada menina faceira,
Não preparada para tanto sofrer.
Será que alguém viu a lágrima
Que a menina tentou dissimular?
A mágica linha, mínima,
Que se fez em seu lugar?
Não sei. Sei apenas que sinto
Que cumpriu seu dolorido papel,
Deixando um cheiro de absinto
A flutuar como um mágico véu...
Lúcia Helena de Ornellas
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